sábado, 16 de abril de 2016

Dicas do Papa: 50 conselhos para as famílias


Gostaríamos de divulgar aos leitores do blog diversos ensinamentos que vieram das catequeses do Santo Padre de dezembro de 2014 a setembro de 2015. Esperamos que aproveitem:
  1. «Com licença», «obrigado», «desculpa». Estas palavras realmente abrem o caminho para viver bem na família, para viver em paz. Tratam-se de palavras simples, mas não tão fáceis de pôr em prática! Elas encerram em si uma grande força: o vigor de proteger o lar, até no meio de inúmeras dificuldades e provações; ao contrário, a sua falta gradualmente abre fendas que até o podem fazer ruir. (13 de maio de 2015)

  2. A primeira palavra é «com licença». Quando nos preocupamos em pedir gentilmente até aquilo que talvez julguemos que podemos pretender, construímos um verdadeiro baluarte para o espírito da convivência matrimonial e familiar. Entrar na vida do outro, mesmo quando faz parte da nossa existência, exige a delicadeza de uma atitude não invasiva, que renova a confiança e o respeito. Em síntese, a confidência não autoriza a presumir tudo. E quanto mais íntimo e profundo for o amor, tanto mais exigirá o respeito pela liberdade e a capacidade de esperar que o outro abra a porta do seu coração. (13 de maio 2015)

  3. Antes de fazer algo em família: «Com licença, posso fazer isto? Queres que eu faça assim?». Uma linguagem bem educada, mas cheia de amor. E isto faz bem às famílias. (13 de maio 2015)

  4. O cristão que não sabe agradecer é alguém que se esqueceu da língua de Deus. (13 de maio 2015)

  5. Certa vez ouvi uma pessoa idosa, muito sábia, boa e simples, mas dotada da sabedoria da piedade e da vida, que dizia: «A gratidão é uma planta que só cresce na terra de almas nobres». Esta nobreza de alma, esta graça de Deus na alma impele-nos a dizer obrigado à gratidão. É a flor de uma alma nobre. E isto é bonito! (13 de maio 2015)

  6. A terceira palavra é «desculpa». Certamente, é uma palavra difícil, e no entanto é deveras necessária. Quando ela falta, pequenas fendas alargam-se — mesmo sem querer — até se tornar fossos profundos. (13 de maio 2015)

  7. Reconhecer que erramos e desejar restituir o que tiramos — respeito, sinceridade, amor — torna-nos dignos do perdão. É assim que se impede a infecção. Se não soubermos pedir desculpa, quer dizer que também não seremos capazes de perdoar. No lar onde as pessoas não pedem desculpa começa a faltar o ar, e a água estagna-se. Muitas feridas dos afetos, muitas dilacerações nas famílias começam com a perda deste vocábulo precioso: «Desculpa». (13 de maio 2015)

  8. Na vida matrimonial muitas vezes há desacordos... e chegam a «voar pratos», mas dou-vos um conselho: nunca termineis o dia sem fazer as pazes. Ouvi bem: esposa e esposo, brigastes? Filhos e pais, entrastes em forte desacordo? Não está bem, mas o problema não é este. O problema é quando este sentimento persiste inclusive no dia seguinte. Por isso, se brigastes, nunca termineis o dia sem fazer as pazes em família. E como devo fazer as pazes? Ajoelhar-me? Não! A harmonia familiar restabelece-se só com um pequeno gesto, com uma coisinha. É suficiente uma carícia, sem palavras. Mas nunca permitais que o dia em família termine sem fazer as pazes. Entendestes isto? Não é fácil, mas é preciso agir deste modo. Assim a vida será mais bonita. (13 de maio 2015)

  9. Jesus nasceu numa família. Ele podia ter vindo de modo espetacular, ou como um guerreiro, um imperador... Mas não: veio como filho, numa família. Isto é importante: ver no presépio esta cena tão bonita! [...] A família de Nazaré compromete-nos a redescobrir a vocação e missão da família, de cada família. (17 de dezembro 2014)

  10. Não é difícil imaginar o que as mães poderiam aprender do esmero de Maria pelo seu Filho! E quanto os pais poderiam aprender do exemplo de José, homem justo, que dedicou a sua vida para apoiar e defender o Menino e a Esposa — a sua família — nas horas difíceis! Sem mencionar quanto os jovens poderiam ser encorajados por Jesus adolescente a entender a necessidade e a beleza de cultivar a sua vocação mais profunda, e de fazer sonhos grandiosos! E nestes trinta anos Jesus cultivou a sua vocação, para a qual o Pai o enviara. E nessa época Jesus nunca desanimou, mas cresceu em coragem, para ir em frente com a sua missão. (17 de dezembro 2014)

  11. Cada família cristã — como Maria e José — pode primeiro acolher Jesus, ouvi-lo, falar com Ele, conservá-lo, protegê-lo e crescer com Ele, e assim melhorar o mundo [...] Esta é a grande missão da família: deixar lugar a Jesus que vem, acolher Jesus na família, na pessoa dos filhos, do marido, da esposa, dos avós... Jesus está aí. É preciso acolhê-lo ali, para que cresça espiritualmente naquela família. (17 de dezembro 2014)

  12. As mães são o antídoto mais forte contra o propagar-se do individualismo egoísta. «Indivíduo» quer dizer «que não se pode dividir». As mães, ao contrário, «dividem-se», a partir do momento que hospedam um filho para o dar à luz e fazer crescer. [...] Ser mãe não significa somente colocar um filho no mundo, mas é também uma escolha de vida. [...] Uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral. Sem as mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo. (7 de janeiro 2015)

  13. É verdade que deves ser «companheiro» do teu filho, mas sem esquecer que és o pai! Se te comportas só como um companheiro igual ao teu filho, isto não será bom para o jovem. (28 de janeiro 2015)

  14. a primeira necessidade é precisamente esta: que o pai esteja presente na família. Que se encontre próximo da esposa, para compartilhar tudo, alegrias e dores, dificuldades e esperanças. E que esteja perto dos filhos no seu crescimento: quando brincam e quando se aplicam, quando estão descontraídos e quando se sentem angustiados, quando se exprimem e quando permanecem calados, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando voltam a encontrar o caminho; pai presente, sempre. Estar presente não significa ser controlador, porque os pai demasiado controladores anulam os filhos e não os deixam crescer. (4 de fevereiro 2015)

  15. Quanta dignidade e quanta ternura na expectativa daquele pai que está à porta de casa, à espera do regresso do filho! Os pais devem ser pacientes. Muitas vezes nada se pode fazer, a não ser esperar; rezar e esperar com paciência, doçura, generosidade e misericórdia. (4 de fevereiro 2015)

  16. O pai que sabe corrigir sem aviltar é o mesmo que sabe proteger sem se poupar. Certa vez ouvi numa festa de casamento um pai dizer: «Às vezes tenho que bater um pouco nos filhos... mas nunca no rosto, para não os humilhar». Que bonito! Tem o sentido da dignidade. Deve punir, mas fá-lo de modo correto e vai em frente. (4 de fevereiro 2015)

  17. Os filhos têm necessidade de encontrar um pai que os espera quando voltam dos seus fracassos. Farão de tudo para não o admitir, para não o revelar, mas precisam dele; quando não o encontram, abrem-se feridas difíceis de cicatrizar. (4 de fevereiro 2015)

  18. Os filhos são a alegria da família e da sociedade. Não são um problema de biologia reprodutiva, nem um dos numerosos modos de se realizar. E muito menos uma posse dos pais... Não, os filhos constituem um dom [...] ser filho e filha, segundo o desígnio de Deus, significa trazer em si a memória e a esperança de um amor que se realizou precisamente acendendo a vida de outro ser humano, original e novo. E para os pais cada filho é singular, diferente, diverso. (11 de fevereiro 2015)

  19. Um filho é amado porque é filho: não porque é bonito, nem porque é assim ou diverso; não porque é filho! Não porque pensa como eu, nem porque encarna as minhas aspirações. O filho é filho: uma vida gerada por nós, mas destinada a ele, ao seu bem, ao bem da família, da sociedade, da humanidade inteira. (11 de fevereiro 2015)

  20. A experiência humana do ser filho e filha, que nos permite descobrir a dimensão mais gratuita do amor, que nunca cessa de nos surpreender. É a beleza de ser amado primeiro: os filhos são amados antes de chegar. Quantas vezes encontro na praça mães que me mostram a sua barriga, pedindo a bênção... estas crianças são amadas antes de vir ao mundo. É algo gratuito, isto é amor; elas são amadas antes do nascimento, como o amor de Deus que nos ama sempre antes. (11 de fevereiro 2015)

  21. Os filhos são amados antes de terem feito algo para o merecer, antes de saber falar ou pensar, até antes de vir ao mundo! Ser filho é a condição fundamental para conhecer o amor de Deus, que é a fonte derradeira deste autêntico milagre. (11 de fevereiro 2015)

  22. Uma sociedade de filhos que não honram os pais é uma sociedade sem honra; quando não se honram os pais perde-se a própria honra! É uma sociedade destinada a encher-se de jovens áridos e ávidos. (11 de fevereiro 2015)

  23. Se uma família generosa de filhos é considerada como se fosse um peso, algo não funciona [...] A vida rejuvenesce e adquire energias multiplicando-se: enriquece-se, não empobrece! Os filhos aprendem a responsabilizar-se pela sua família, amadurecem na partilha dos seus sacrifícios, crescem no apreço dos seus dons. (11 de fevereiro 2015)

  24. Cada um de nós pense intimamente nos seus próprios filhos — se os tiver — mas em silêncio. E todos nós pensemos nos nossos pais e demos graças a Deus pelo dom da vida. Em silêncio! Quantos têm filhos, pensem neles, e todos pensemos nos nossos pais. O Senhor abençoe os nossos pais e os vossos filhos! (11 de fevereiro 2015)

  25. Todos nós conhecemos famílias com irmãos divididos, que discutiram; peçamos ao Senhor por estas famílias — talvez na nossa família haja alguns casos — que as ajude a reunir os irmãos, a reconstruir a família. A fraternidade não se deve interromper, porque quando se interrompe, verifica-se o que aconteceu com Caim e Abel. (18 de fevereiro 2015)

  26. Em família, entre irmãos, aprendemos a convivência humana, como devemos conviver na sociedade. Talvez nem sempre estejamos conscientes disto, mas é precisamente a família que introduz a fraternidade no mundo [...]a liberdade e a igualdade podem encher-se de individualismo e conformismo, também de interesse pessoal. (18 de fevereiro 2015)

  27. A fraternidade em família resplandece de modo especial quando vemos o esmero, a paciência e o carinho com os quais são circundados o irmãozinho ou a irmãzinha mais frágeis, doentes ou deficientes. Os irmãos e as irmãs que agem assim são muitíssimos, no mundo inteiro, e talvez não apreciemos de modo suficiente a sua generosidade. (18 de fevereiro 2015)

  28. Ter um irmão, uma irmã que nos ama é uma experiência forte, inestimável, insubstituível. Acontece o mesmo com a fraternidade cristã. Os mais pequeninos, frágeis e pobres devem enternecer-nos: eles têm o «direito» de arrebatar a nossa alma, o nosso coração. Sim, eles são nossos irmãos, e como tais devemos amá-los e tratá-los. (18 de fevereiro 2015)

  29. Hoje é mais necessário do que nunca repor a fraternidade no centro da nossa sociedade tecnocrática e burocrática: assim, também a liberdade e a igualdade tomarão a sua correta modulação. Por isso, não privemos com leviandade as nossas famílias, por sujeição ou medo, da beleza de uma ampla experiência fraternal de filhos e filhas. (18 de fevereiro 2015)

  30. Devemos despertar o sentido comunitário de gratidão, de apreço e de hospitalidade, que levem o idoso a sentir-se parte viva da sua comunidade. Os anciãos são homens e mulheres, pais e mães que antes de nós percorreram o nosso próprio caminho, estiveram na nossa mesma casa, combateram a nossa mesma batalha diária por uma vida digna. São homens e mulheres dos quais recebemos muito. (4 de março 2015)

  31. O idoso somos nós: daqui a pouco, daqui a muito tempo, contudo inevitavelmente, embora não pensemos nisto. E se não aprendermos a tratar bem os anciãos, também nós seremos tratados assim [...] Onde não há honra pelos idosos não há porvir para os jovens. (4 de março 2015)

  32. A velhice recebe uma graça e uma missão, uma verdadeira vocação do Senhor. A velhice é uma vocação! Ainda não chegou o momento de «nos resignarmos». Sem dúvida, este período da vida é diferente dos precedentes; devemos também «inventá-lo» um pouco porque, espiritual e moralmente, as nossas sociedades não estão prontas para lhe conferir, a este momento da vida, o seu pleno valor. Com efeito, outrora não era tão normal ter tempo à disposição; hoje o é muito mais. E inclusive a espiritualidade cristã foi um pouco surpreendida, e trata-se de delinear uma espiritualidade das pessoas idosas. (11 de março 2015)

  33. É importante o testemunho dos idosos na fidelidade. (11 de março 2015)
  34. As crianças recordam-nos que todos, nos primeiros anos de vida, somos totalmente dependentes dos cuidados e da benevolência dos outros. E o Filho de Deus não evitou esta passagem. É o mistério que contemplamos todos os anos, no Natal. O Presépio é o ícone que nos comunica tal realidade do modo mais simples e direto. (18 de março 2015)

  35. As crianças são em si uma riqueza para a humanidade e também para a Igreja, porque nos chamam constantemente à condição necessária para entrar no Reino de Deus: a de não nos considerarmos autossuficientes, mas necessitados de ajuda, de amor, de perdão. E todos nós precisamos de ajuda, de amor, de perdão! (18 de março 2015)

  36. As crianças recordam-nos mais uma bonita realidade; recordam-nos que somos sempre filhos: até quando nos tornamos adultos, ou mesmo quando somos pais ou desempenhamos funções de responsabilidade, por detrás de tudo isto permanece a identidade de filhos. Todos nós somos filhos. E isto recorda-nos sempre que a vida não a damos sozinhos, mas recebemo-la. (18 de março 2015)

  37. Não descarreguemos as nossas culpas sobre as crianças! Elas nunca são «um erro». A sua fome não é um erro, como não o é a sua pobreza, a sua fragilidade, o seu abandono — muitas crianças abandonadas pelas ruas; e não o é nem sequer a sua ignorância, ou a sua incapacidade — numerosas crianças que não sabem o que é uma escola. Eventualmente, estes são motivos para as amar mais, com maior generosidade. Que fazemos das solenes declarações dos direitos do homem e dos direitos da criança, se depois punimos as crianças pelos erros dos adultos? (8 de abril 2015)

  38. É verdade que, graças a Deus, as crianças com graves dificuldades têm muitas vezes pais extraordinários, prontos a qualquer sacrifício e generosidade! Mas estes pais não deveriam ser abandonados a si mesmos! Deveríamos acompanhá-los nas suas canseiras, mas também oferecer-lhes momentos de alegria compartilhada e de júbilo descontraído, para que não se ocupem unicamente da rotina terapêutica. (8 de abril 2015)

  39. Pensai no que seria uma sociedade que decidisse, de uma vez para sempre, estabelecer este princípio. É verdade que não somos perfeitos, e que cometemos muitos erros. Mas quando se trata de crianças que vêm ao mundo, nenhum sacrifício dos adultos será julgado demasiado oneroso ou grande, contanto que se evite que uma criança chegue a pensar que é um erro, que não vale nada e que está abandonada às feridas da vida e à prepotência dos homens». Como seria bonita uma sociedade assim! (8 de abril 2015)

  40. Pergunto-me se a chamada teoria do gênero não é também expressão de uma frustração e resignação, que visa cancelar a diferença sexual porque já não sabe confrontar-se com ela. Sim, corremos o risco de dar um passo atrás. Com efeito, a remoção da diferença é o problema, não a solução. Ao contrário, para resolver as suas problemáticas de relação, o homem e a mulher devem falar mais entre si, ouvir-se e conhecer-se mais, amar-se mais. Devem tratar-se com respeito e cooperar com amizade. Só com estas bases humanas, sustentadas pela graça de Deus, é possível programar a união matrimonial e familiar para a vida inteira. (15 de abril 2015)

  41. O vínculo matrimonial e familiar é algo sério, e para todos, não apenas para os crentes. Gostaria de exortar os intelectuais a não desertar este tema, como se fosse secundário para o compromisso a favor de uma sociedade mais livre e mais justa. (15 de abril 2015)

  42. Na realidade, quase todos os homens e mulheres gostariam de ter uma segurança afetiva estável, um matrimônio sólido e uma família feliz. A família ocupa o primeiro lugar em todos os índices de “agradabilidade” entre os jovens; contudo, pelo receio de errar, muitos nem sequer desejam pensar nisto; não obstante sejam cristãos, não pensam no matrimônio sacramental, sinal singular e irrepetível da aliança, que se torna testemunho de fé. Talvez precisamente este medo de fracassar seja o maior obstáculo para receber a palavra de Cristo, que promete a sua graça à união conjugal e à família. (29 de abril 2015)

  43. Um matrimônio consagrado por Deus preserva o vínculo entre o homem e a mulher que Deus abençoou desde a criação do mundo; e é manancial de paz e de bem para toda a vida conjugal e familiar. (29 de abril 2015)

  44. O sacramento do matrimônio é um grande ato de fé e de amor [...]A vocação cristã para amar de modo incondicional e incomensurável é, com a graça de Cristo, quanto está também na base do livre consenso que constitui o matrimônio. (6 de maio 2015)

  45. É difícil educar para os pais que se encontram com os filhos só à noite, quando voltam para casa do trabalho cansados. Aqueles que têm a sorte de dispor de um trabalho! É ainda mais difícil para os pais separados, sob o peso desta sua condição: coitados, enfrentaram dificuldades, separaram-se e muitas vezes o filho é tomado como refém; o pai fala-lhe mal da mãe, a mãe fala-lhe mal do pai, e assim ferem-se tanto. Mas aos pais separados digo: nunca tomeis o filhos como refém! (20 de maio 2015)

  46. Separastes-vos devido a muitas dificuldades e motivos, a vida deu-vos esta provação, mas os filhos não devem carregar o fardo desta separação, que eles não sejam usados como reféns contra o outro cônjuge, mas cresçam ouvindo a mãe falar bem do pai, embora já não estejam juntos, e o pai falar bem da mãe. Para os pais separados, isto é muito importante e deveras difícil, mas podem fazê-lo. (20 de maio 2015)

  47. A vida tornou-se avara de tempo para falar, meditar, confrontar-se. Muitos pais são «raptados» pelo trabalho — o pai e a mãe devem trabalhar — e por outras preocupações, confusos pelas novas exigências dos filhos e pela complexidade da vida moderna — que é assim, devemos aceitá-la como é — e encontram-se como que paralisados pelo medo de errar. Mas o problema não é só falar. [...] Ao contrário, perguntemo-nos: procuramos entender «onde» estão deveras os filhos no seu caminho? Sabemos onde realmente está a sua alma? E sobretudo: queremos sabê-lo? Estamos convictos de que eles, na realidade, não estão à espera de algo mais? (20 de maio 2015)

  48. Quem pretende tudo e imediatamente, depois também cede sobre tudo — e já — na primeira dificuldade (ou na primeira ocasião). Não há esperança para a confiança e a fidelidade da doação de si, se prevalece o hábito de consumir o amor como uma espécie de «integrador» do bem-estar psicofísico. (27 de maio 2015)

  49. Deveríamos ajoelhar-nos diante destas famílias pobres, que são uma verdadeira escola de humanidade que salva as sociedades da barbárie. [...] Deveríamos estar cada vez mais próximos das famílias que a pobreza põe à prova. Considerai, todos vós conheceis alguém: pai sem trabalho, mãe desempregada... e a família sofre, os vínculos debilitam-se. [...] Façamos tudo o que pudermos para ajudar as famílias a ir em frente na prova da pobreza e da miséria que atingem os afetos, os vínculos familiares. (3 de junho 2015)

  50. O amor é mais forte do que a morte. Por isso, o caminho consiste em fazer aumentar o amor, em torná-lo mais sólido, e o amor preservar-nos-á até ao dia em que todas as lágrimas serão enxugadas, quando «já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor» (Ap 21, 4). Se nos deixarmos amparar por esta fé, a experiência do luto poderá gerar uma solidariedade de vínculos familiares mais forte, uma renovada abertura ao sofrimento das outras famílias, uma nova fraternidade com as famílias que nascem e renascem na esperança. (17 de junho)

Artigo de: OpusDei.org.br

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domingo, 10 de abril de 2016

O mundo precisa de adultos





Já publicamos um post falando que o adulto sumiu. Era um texto com muita ironia. Chegou a hora de falar mais sério sobre esse sumiço.
Adulto virou adjetivo. Quando se diz que o filme ou a revista tem temática adulta, significa que aí vem sacanagem. A isso chegamos. No melhor dos casos, o adulto é um cara sisudo que não tem a alegria dos jovens. Adulto virou sinônimo de cara feia.
Vamos tentar reverter esta situação. Ser adulto vale para homens e mulheres. É viver a maturidade própria da sua idade, ou seja, não como as crianças, os jovens ou os idosos. É o adulto que gera, cria e tenta educar as crianças e os jovens, é ele que assiste os idosos, ao mesmo tempo em que procura ouvir e aprender deles. Por tudo isso, tem um papel importante na condução do mundo.
O problema é que ele sumiu. Nos nossos tempos, a pessoa só deixa de ser jovem quando se torna “gagá”. Um homem com 60 anos sai por aí dizendo que arrumou uma namorada e só fala de carros e restaurantes. Uma mulher de 50 anos continua tendo como principal tema de conversa festas e frivolidades.
Ser adulto é ser responsável? Penso que todos devem ser responsáveis, cada um a seu modo e tempo. A criança pode e deve ser responsável na escola. Ser adulto é saber ponderar, ter em conta os matizes da realidade? Certamente, mas isso se aplica também a jovens e idosos. Ser adulto é ser independente? Todos precisamos saber se virar e saber pedir ajuda, de acordo com as circunstâncias de cada um. Talvez uma coisa seja própria do adulto: ter dependentes sob sua guarda. Seja na família, no trabalho, numa instituição ou na sociedade. E todos esperam dele que seja fiel e faça a sua parte.
Porque é difícil ser adulto em nossos dias?
Veneração pela juventude.
No passado, o jovem era alguém que tinha que ser ensinado pelos mais velhos. Com a invenção da adolescência feita pelo mercado de consumo e um par de intelectuais (vide post A criação da juventude), o jovem passou a ensinar os adultos como se vive. A partir dos anos 60 a situação se agravou e os jovens disseram aos adultos: Não há mais esperança para vocês. A melhor opção, se ainda querem ser felizes, é renunciar a crescer, usem nossas roupas e cabelos, transgridam e tentem nos imitar o melhor que puderem. Solução Peter Pan.
A geração do Vale do Silício trouxe mais pimenta ao dizer ao mundo que só os jovens são criativos. Mark Zuckerberg, inventor do Facebook não teve receio de afirmar: “Os jovens são mais inteligentes”. Se isso é verdade, a crosta de ignorância impede o uso da mesma. Nossa cultura está totalmente convencida de que o jovem é a encarnação da autenticidade e da irreverência (e de que isso são valores) e que deve ser venerado como a esperança da humanidade.
Modelos de educação e vida

Antigamente a maior parte da população mundial vivia no campo. As crianças e os jovens tinham um papel a desempenhar. Produziam, segunda sua capacidade. Pegar água no poço, pastorear os animais, ajudar na colheita, cuidar dos irmãos mais novos, etc. A ida à escola não impedia que trabalhassem e ajudassem seus pais. Mesmo nas cidades, era comum ver naqueles anos jovens vendendo jornais nas esquinas, fazendo serviço de entrega, atendendo no balcão da loja, etc.
Cresciam em um ambiente de responsabilidade, porque o que estava em jogo era a sobrevivência da família. Ao chegar na casa dos 20 anos, esses homens e mulheres casavam, saíam da casa dos pais e tratavam de trabalhar para sustentar sua nova família.
Compare com a situação atual. A criança e o jovem se tornaram meros consumidores. Possuidores de muitos direitos e poucos deveres. Não sabem pagar uma conta no banco, pegar ônibus ou limpar a cozinha. Tudo o que se exige é que estudem. Feito isso, estão liberados para curtir a vida, tendo seus pais como lacaios que os servem, sustentam e atendem a seus gostos. Para piorar a situação, o nível dos colégios e universidades exige uma hora de estudo por semana para conseguir boas notas. E por apenas 9 meses do ano. E essa criatura jovem, quase inútil, ainda é vista e incensada pelos mais velhos, como pináculo da humanidade.  Como podemos esperar que aos vinte e poucos anos, sem ter tido responsabilidades, sem ter enfrentados desafios, de repente ponha os pés no chão e se comporte como um adulto?
Em um post anterior escrevemos que antes dos 30 anos o cérebro ainda não “cristalizou”. Nesses anos é muito mais fácil adquirir hábitos novos. O treino para fazer as tarefas próprias de um adulto torna-se difícil após esse período. Pedir a uma mulher ou a um homem que “tome jeito” ou “aguente o tranco” aos 35 é muito diferente do que pedir isso aos 25 anos. O que era para ser feito de forma gradual, no seu tempo, passa a ser exigido de uma tacada e tarde demais.


 Escolhas e opções
 Voltemos ao Brasil do século XIX. O que você poderia comprar com vinte anos, trinta anos de idade? Que lugares do mundo poderia conhecer? Que profissões poderia exercer? Compare com os nossos dias e veja a abundância de escolhas disponíveis, em todos os campos da vida!
Mas, tudo tem seu preço. Escolher significa renunciar a outras opções. Mas o homem e a mulher modernos, disseram: Não! Quero tudo! Não quero renúncia! Não quero fechar portas! Quero casar, viajar, trabalhar, cobrar escanteio e cabecear.  Acontece que a realidade não permite isso e alguma coisa vai dançar: vem o divórcio, a carreira trunca, a noitada prejudica a saúde, etc. Por outro lado, quem tenta não decidir, fica em um limbo que não permite nenhum progresso real na vida.  Ora, é próprio da vida adulta escolher. Tomar decisões, assumir riscos, fechar portas. Há pessoas que dependem do adulto e este não pode ficar brincando de bem-me-quer, mal-me-quer.

 Jovem: o sucesso te espera
 No passado uma família tinha vários filhos e, destes, vários morriam na infância. A perda de um filho era um fato doloroso, mas corrente na vida. Com a redução da família para um, ou no máximo, dois filhos e baixa mortalidade infantil, cada pimpolho se tornou objeto de todas as atenções materiais (o que não significa que os pais estejam presentes). O escolhido passa a ser preparado desde o berço para ser “o cara”. Com talentos incríveis (só os professores é que não enxergam), o menino ou a menina entendem que o mundo deve se colocar de joelhos para eles. Como diz a socióloga Viviana Zelizer, os jovens passaram a não ter valor econômico (só consomem, não produzem), mas se tornaram emocionalmente impagáveis.
Passam os anos e vem o contato com o mundo real. Contato que tem sido cada vez mais tarde, somente após concluir a universidade. O processo de transformação de alguém que pensa ser especial em alguém que percebe que é um pedestre como outro qualquer é duro. E longo. A entrada no mundo adulto exige isso.


O caldo cultural não ajuda
Não se vê no horizonte mudança de perspectiva. Tudo que ouvimos são odes e louvores à juventude, ao romance e a curtir a vida. Não há propaganda que mostre uma pessoa trabalhando, pegando a vida, como o touro, à unha. Que novela ou série fala de pais responsáveis ou de gente séria? Tudo o que nos dizem é “pegue leve”; “no stress”; “keep calm and carry on”. De onde sairá o adulto? De onde menos se espera é que não vem nada mesmo.
Mas o mundo precisa de adultos. Porque precisa de profissionais competentes e experimentados (após muitos anos de esforço e sacrifícios continuados);  de gente que saiba dizer não quando necessário e mantenham e sustentem princípios e valores; de estabilidade e segurança, porque não se pode levar o mundo só no impulso e na criatividade; de gente que não queira apenas comer, mas também faça o pão; de pessoas que pensem menos em privilégios, concessões e indulgências e carreguem no ombro responsabilidades,  deveres e serviço; de pessoas que não pensem apenas no interesse próprio, mas no interesse dos demais e, sobretudo, dos que dependem deles.
Vamos trabalhar para que o mundo não se torne uma idiocracia: um mundo de tolos.

Artigo do blog: O Correio Chegou.

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Banco de Dados - Mercado de Ações


Segue acesso a um baco de dados que eu e uns amigos estamos criando para fazer análises fundamentalistas de nossos investimentos. Na aba "Análise" tem exemplos de análises possíveis, mas você pode criar a análise que queira alterando as informações na tabela dinâmica. 

Este é o objetivo do arquivo. Apenas alterando as informações na tabela dinâmica analisar de uma forma rápida as 450 empresas do mercado brasileiro e as empresas dentro da sua carteira de investimentos. 

Banco de Dados Mercado de Ações

Seguem algumas análises que podem ser feitas com este banco de dados.

Entender qual é a relação do Lucro x a Dívida da sua carteira de investimentos.


Resumo da situação da sua carteira de investimentos. 



Evolução do lucro por ação.


Estimativa de investimentos


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Casais de Sucesso - Evento de Abril

Queridos leitores,

Segue convite para o evento de abril do Casais de Sucesso. Caso queiram participar respondam este formulário.

Formulário de Presença - Casais de Sucesso




Seguem fotos dos eventos anteriores.

Evento de Março: CUIDADO DO LAR





Evento de Janeiro: FEITOS UM PARA O OUTRO




Evento de Dezembro 2015: A VOCAÇÃO DO HOMEM E DA MULHER, na visão da filósofa Edith Stein.



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Será que vale a pena casar jovem?




Cada caso é um caso, diz o chavão. E tem razão. Além disso, cada um é livre para casar quando quiser. Isso não se discute. Mas quando se percebe que homens e mulheres estão casando mais tarde, podemos perguntar se isso é vantajoso ou não.

A história é conhecida. Casa-se mais tarde porque é preciso estudar, trabalhar, arrumar dinheiro e comprar uma casa. Aí já se chega aos 30 anos. Depois é preciso curtir um pouco a vida de solteiro. Mais uns anos. Para assumir um compromisso é preciso estar maduro, conhecer alguém também maduro. Mais alguns anos.

Isso não significa que casar jovem seja uma atitude arriscada, imatura ou equivocada. Há uma sabedoria na natureza que é bom estarmos atentos.

Na faixa dos 20 anos, uma pessoa tem vigor físico, disposição para enfrentar desafios, capacidade de adaptação a mudanças que uma pessoa de 30 ou 40 anos costuma não ter. Quando se pensa que uma vida a dois exige paciência, pequenas renúncias, flexibilidade para alterar planos em função do outro, parece que os casais jovens saem ganhando.

A biologia da mulher não mudou com os séculos. Sua fertilidade vai despencando a partir dos 30 anos.

Quando se tem 20 e poucos anos a vida profissional está engatinhando e a renda também. Mas isso não é uma desvantagem para os casais jovens. Os apertos econômicos, os horários complicados do estudo e do trabalho, o adiar uma pós-graduação são muito bons para unir o casal. As amizades sólidas são sempre feitas quando se passa por um sofrimento. Com o casal é a mesma coisa. Ter uma posição profissional e econômica confortável pode se tornar uma arapuca para o egoísmo e para distanciar um do outro, levando até mesmo à separação.

Casando cedo, os desafios da vida acadêmica e profissional são enfrentados com o suporte emocional e vital do parceiro. Não se está sozinho na luta.

E a questão da maturidade? De fato, as pessoas têm demorado mais para amadurecer. Mas a culpa não é do tempo. Há imaturos de 60 anos. O que amadurece são os sacrifícios que o cumprimento do dever leva consigo. Não conheço uma pessoa capaz de se sustentar com seu trabalho, que se vira para resolver os problemas que aparecem, que seja imatura. Há moças e rapazes de 13, 15 anos bem maduros. Se não são muitos é porque estão cheios de comodidades e facilidades paternais e maternais. Um casal que casa jovem, tem filhos logo e dispensam a ajuda de sogros e sogras não tem tempo para crises e adquirem uma personalidade muito bonita. Pesquisei em lares pobres e de classe média e não encontrei crianças desse tipo de lar que tenham passado fome, tenham ficado para trás na vida ou na profissão. Eles aprendem a se virar com pouco dinheiro. E vão longe.

Olhando da perspectiva dos filhos – o que é pouco comum hoje em dia -, eles também se beneficiam de terem pais jovens. Alguns estudos apontam que crianças com pais jovens são mais sadias física e mentalmente. Contam com pais com maior disposição física e mental, tem maior probabilidade de terem irmãos e irmãs que são importantes no seu desenvolvimento e terão seus pais mais tempo aqui na terra, os quais poderão conhecer os netos e até os bisnetos.


Artigo do blog: O Correio Chegou.

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Homem mal vestido, mulher bem vestida






A diretoria do blog (O Correio Chegou) não entende de moda. Porém não consegue sair à rua sem ter sucessivos espantos. Um deles, é reparar em casais de namoradinhos andando de mão dadas: ela deve ter passado horas se produzindo para ficar bonita para o rapaz, enquanto que ele se veste como se tivesse saído da feira onde foi comprar verdura para a mãe. A foto deste artigo já diz tudo.

Gostamos de ser autênticos e desprezamos o formalismo. Ok. O que vale é o coração. Certo. Mas, ao deitar a bacia com a água do banho, foi junto o bebê. Há muitos homens que se aproveitam dessa conversa de autenticidade para serem autênticos desleixados, preguiçosos e indiferentes. E mostram com fatos, que não dão importância nenhuma para suas namoradas. E não entendemos como as pobres coitadas, em época de feminismo exacerbado, aceitam isso com tanta docilidade.

Quando usamos a mesma roupa para lavar a garagem, ir à faculdade, à igreja, à universidade e à festa, estamos dizendo que tudo vale a mesma coisa, isto é, nada. Indiferença para com os outros, para com Deus, para com o aniversariante...

No dia que um presente colocado dentro de uma bonita caixa e envolto em um belo papel valer o mesmo que um presente “pelado” mudaremos de opinião.

Assim como em um post anterior criticamos o biquíni, por outro motivo, criticamos o trio bermuda, chinelo e camiseta que invadiu todos os espaços e tirou valor e delicadeza de tudo.

Um homem bem vestido mostra que os outros tem importância e que estão presentes no seu coração.

Artigo do blog: O Correio Chegou.

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sexta-feira, 8 de abril de 2016

Interessar-se pelos outros




Eis a ideia para vocês refletirem: “uma manifestação do amor: interessar-se pelos outros”.

Penso que todos nós estamos interessados em que haja no mundo a civilização do amor, não é verdade? E também não é verdade que uma manifestação do amor é o interesse pelos outros?

Amar é preocupar-se com os outros, saber como estão, ajudá-los em suas necessidades, interessar-se pelas pessoas. Vocês sabem qual é a origem da palavra interesse? A palavra interesse vem do latim e é formada pela conjunção “inter”, que significa “dentro”, e pelo verbo “esse”, que significa “ser”. Assim, interesse significa “entrar no ser”. Amar é, portanto, preocupar-se com as pessoas e entrar no seu ser, tomando suas alegrias como nossas alegrias e suas preocupações como nossas preocupações.

Muitas vezes nos queixamos de que falta amor neste mundo. E é verdade! Um dos sinais de que falta amor é justamente a ausência de interesse de uns pelos outros. Não é verdade que vivemos num mundo cada vez mais egoísta, cada vez mais individualista, onde as relações apenas, por assim dizer, “tangenciam o ser” em vez de “entrar no ser”?

O que vemos com muita frequência?

- pessoas que se cruzam sem se cumprimentar; por exemplo, não se cumprimentam o zelador, a telefonista, o ascensorista, o gari, os vizinhos do mesmo prédio etc;
- colegas de trabalho, de sala de aula que conversam apenas assuntos superficiais; não se sabe o nome da mãe, do pai de um colega de trabalho; não se sabe o que se passa no seu interior, seus problemas, suas preocupações;
- irmãos que chegam da rua e não cumprimentam os outros irmãos;
- amigos almoçando juntos e cada um mexendo no seu celular etc.

A consequência disso é que o amor se torna rarefeito. As pessoas podem ter maravilhosos sentimentos e desejos de amor, mas se esse amor não conduz ao interesse pelo próximo ele é apenas teórico.

Jesus Cristo já nos disse: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (João 13, 34). E Jesus tinha um profundo interesse por todos os seus filhos. Não havia ninguém que ao passar ao seu lado experimentava o sabor da indiferença.

Queremos instaurar a civilização do amor? Então, deixemos um pouco de lado as nossas preocupações, quem sabe até o nosso egoísmo, saiamos da nossa “bolha” e dirijamos mais o olhar:

- em primeiro lugar, por todas as pessoas da minha família: pais e irmãos, marido, esposa e filhos;
- em segundo lugar, por aqueles que estudam e trabalham conosco; por aqueles com quem convivemos habitualmente;
- e o mais importante, as alegrias e preocupações dessas pessoas sejam nossas; que nos preocupemos com elas como nos preocupamos conosco mesmo.

Muitas pessoas querem fazer o bem aos outros e me perguntam como poderiam começar. A primeira coisa que digo é isto: você pode fazer o bem todos os dias interessando-se, de verdade, pelas pessoas que vivem ao seu lado. Pergunte se estão bem, se precisam de algo, esteja atento às suas necessidades, se estão com dor de cabeça e precisam de um remédio, se estão cansadas e precisam de uma ajuda, ou de um sorriso se estão desanimadas. Se cada um de nós se interessar, de verdade, pelos outros, este mundo mudará. Haverá muito mais amor, mais solidariedade, mais união, mais alegria.

Como dizia São Paulo, “Levai uns as cargas dos outros, assim cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas 6, 2). Vivamos assim e nossa vida se encherá de uma profunda alegria. Vale a pena!!!


Artigo do blog: Portal da Família

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