segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Conselhos úteis para os pais dominados pelo mundo da mídia dos filhos



Pais que criam filhos hoje são experientes na internet e bem capazes de acompanhar suas crianças nessa área, certo? Errado. Um levantamento recente feito por Pew Research Centre (instituto de pesquisa) nos Estados Unidos mostra que “apenas 61% dos pais olham os sites que seus adolescentes estão visitando", relata Naomi Schaefer Riley. “Cerca do mesmo número já verificou, alguma vez, os perfis de suas crianças nas mídias sociais.

Aliás, seria bem difícil para eles conseguir descobrir muitas coisas, considerando que apenas um pouco mais da metade dos pais já adicionou ou seguiu seus filhos adolescentes no Facebook, Twitter ou outra mídia social. Além disso, menos da metade dos pais já checou as mensagens de texto dos jovens.

“Eles estão tão dominados, eles estão agindo como avestruzes", diz a psicóloga Wendy Mogel. A autora de “Blessings of a Skinned Knee” (Bênçãos de um Joelho Ralado – tradução livre), Mogel diz que “pais que jamais deixariam suas crianças tomarem um sorvete no café da manhã ou dirigirem carros sem a habilitação simplesmente desistiram quando se trata de tecnologia.”

Na Europa, as coisas são provavelmente iguais, mas Fabrizio Piciarelli da Family and Media (Família e Mídia) de Roma pediu a José María Corominas, Presidente do Instituto Europeu para Estudo da Educação (IEEE), algumas dicas para os pais. Suas soluções se resumem a usar as oportunidades ordinárias da vida familiar.


Educar filhos se tornou uma tarefa mais complicada do que antes. Outros poderosos agentes educacionais têm substituído amplamente a família e a escola, com os novos métodos de comunicação social eclodindo graças à tecnologia social.
O jovem pode acessar informação, conhecimento e conteúdo com autonomia praticamente completa, e sem os filtros e mediação dos pais. Nessa nova situação, como os pais devem educar seus filhos?

Em vez de dizer complicada, eu diria que isso é um desafio excitante e precioso para os pais, pedindo uma ótima diligência e dedicação. Nós devemos nos tornar um recurso melhor do que os outros disponíveis para os nossos filhos, ainda que isso signifique recorrer a meios tecnológicos por nós mesmos.

Como pais, nós sempre estamos presentes em suas vidas, independentemente do que estamos fazendo ou onde estamos. Nós estamos constantemente falando nas escolas sobre a necessidade de fomentar a comunicação e a confiança de nossos filhos, logo de início, desde sua concepção. E a ferramenta mais efetiva que nós temos disponível é sermos capazes de responder às suas questões, sem a qual a nossa credibilidade diminuiria diante de seus olhos, ou até seria perdida completamente.

Se eu tivesse que escolher entre ser pai ontem, hoje ou amanhã, sem dúvida eu escolheria amanhã, porque o envolvimento dos pais no processo de educação está crescendo e se tornando uma experiência formativa para ambas as partes.

Como nós podemos educar os nossos filhos para usar a mídia? Como você pode treiná-los para usar do jeito certo por si mesmos?
Concentrando-nos na maneira que nós o usamos e usando com eles. Eles devem entender que a mídia não é prejudicial por si só, mas antes, como qualquer ferramenta, ela pode ser usada positiva ou negativamente. Nós devemos conversar com os nossos filhos, buscando os momentos certos para usar mídia, seja um filme, trabalho, as notícias, ou outra coisa que mostre bons e maus exemplos no uso da tecnologia. Nós precisamos ajudá-los a formar seus próprios critérios para julgar os méritos de tal uso em comparação com outras coisas.


O quão importante é o diálogo entre pais e filhos em um programa de educação familiar?

Diálogo entre pais e filhos é fundamental. É especialmente importante ter um relacionamento recíproco, em que os filhos podem confrontar os pais, e os pais respeitem seus filhos; sobretudo, isso deve começar em uma idade jovem. E diálogo significa discutir o cotidiano com eles – nossas preocupações, nossas alegrias – e dar a eles tempo para fazer o mesmo em contrapartida.

Mas é importante que tais discussões não sejam como um interrogatório da KGB. Obviamente, essa prática deve ser empreendida em um caminho consistente, inteligente, e, principalmente, deve ser adaptado à idade deles.

Isso não se resume apenas à qualidade do tempo, mas ao próprio tempo. Deixe-me explicar. As fases sensíveis do crescimento dos filhos constituem as melhores oportunidades para criar e fomentar os vínculos comunicativos, uma vez que nesses momentos eles estão mais aptos a aprender, a desenvolver sua fé em nós, e – se os ajudarmos – a criar vínculos que serão difíceis de quebrar depois. Em outras palavras, nós conhecemos nossos filhos e devemos fazer um caminho para que eles nos conheçam.


Para concluir. No meio da avalanche das correspondências diárias, mensagens do WhatsApp e notificações do Facebook, seria talvez melhor parar um momento, desligar o telefone móvel e refletir um pouco no que é necessário e o que, ao contrário, não é? Quais são os seus bons propósitos digitais para o Ano Novo, e que conselho você daria aos nossos leitores?

Nós devemos compartilhar momentos especiais com os nossos filhos. Nós não podemos dizer a eles para afastar a tecnologia quando nós mesmos não estamos fazendo isso. Nós devemos organizar viagens, pequenos passeios em que estamos todos juntos: não é suficiente estar no mesmo lugar, pelo mar ou nas montanhas, com todo mundo fazendo suas próprias coisas ou tendo amigos por perto para as crianças. Em vez disso, nós devemos organizar excursões familiares incluindo caminhadas, esporte, jogos, visitas culturais, atividades caridosas, etc. em que toda família pode estar junta, de mãos dadas, e por sua vez cada membro ter tempo para os outros.

É vital ter momentos individuais especiais, como durante uma caminhada ou na hora do chá, quando ambos os pais e os filhos se sentem especiais e podem se abrir para compartilhar experiências.

Finalmente, não se esqueça de que a primeira lição de cada pai começa em sua família, com seu cônjuge, e continua através de seus filhos.

Este artigo é uma versão editada de uma publicação no Family and Media. Leia o artigo original aqui.


Artigo do blog: MercatorNet

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