quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

A depressão de filhas sem pais


Quem tem se beneficiado nesta guerra que as feministas radicais travam contra o matrimônio? Com certeza, não são as mulheres mais novas. Um grande estudo canadense desenvolvido recentemente conclui que um dos principais fatores que causam a depressão entre as garotas é a perda de algum pai biológico. E são os divórcios fáceis que, incentivados pelas feministas, tipicamente ocasionam tal perda.

Conduzido pelos pesquisadores da Universidade Colúmbia Britânica do Norte (“University of Northern British Columbia”), este novo estudo isola os fatores causadores de depressão em canadenses com idade entre 16 e 20 anos. Os pesquisadores ilustram tais fatores pelo exame dos dados coletados entre 1994 e 2007 em um grupo representativo nacional de 1.715 pessoas examinadas durante esse período de 13 anos.

Previsivelmente, os pesquisadores expuseram que coisas como a rejeição dos pais ou a ansiedade na infância preveem a depressão de uma pessoa entre seu 16º e 21º aniversário. Mas o gênero faz diferença: consistente com outras pesquisas, este estudo descobre que “garotas reportaram mais [depressão] que os rapazes”. Entretanto, nem todas as garotas são igualmente vulneráveis: o dado revela que “A perda de um dos pais na idade de 4 a 8 anos previram a depressão nas idades de 16 a 20 anos [p = 0.008], mas não para os garotos.”

É claro que uma garota pode perder um dos pais por conta de seu falecimento. Porém, os pesquisadores perceberam que tal tragédia ocorre com uma frequência muito menor quando comparada ao trauma do divórcio entre os pais. Consequentemente, eles conhecem a maneira de interpretar a perda de um dos pais como essa previsão da depressão de garotas no limiar entre a adolescência e a vida adulta. Isso é uma descoberta, perceberam, que cai como uma luva quando comparada aos resultados do estudo de 2008 estabelecendo que “os efeitos do divórcio entre os pais… diferem entre os sexos no que diz respeito ao risco crescente de desenvolvimento da depressão em garotas, mas não em garotos.” Eles também perceberam que tais estudos concordaram com outro estudo desenvolvido em 1997 observando que “jovens mulheres cujos pais se divorciaram reportaram maiores níveis de depressão quando comparados a jovens homens de famílias divorciadas.”

Dados os efeitos paralisantes da depressão como “uma das principais causas de incapacidade por todo o mundo”, os pesquisadores esperam que esse estudo possa ser o precursor de uma “intervenção direcionada, específica e personalizada” capaz de pôr um freio em tal problema. Mais particularmente, esperam que “garotas possam se beneficiar das intervenções concebidas para remediar a perda dos pais, seja para casos de morte, divórcio ou diversos outros.”
Todavia, desde que nada leve um dos pais a afastar-se de sua filha no século XXI com maior frequência que leva o divórcio dos pais, claramente o tipo de intervenção que as garotas mais precisam é o que possa manter os seus pais juntos. O quão rápido essa intervenção pode vir dependerá fortemente de quanto a realidade consegue corroer a ideologia feminista (Sherry Bellamy e Cindy Hardy, Factors Predicting Depression across Multiple Domains in a National Longitudinal Sample of Canadian Youth,” Journal of Abnormal Child Psychology 43.4 [2015]: 633-43.)

Este artigo foi republicado com a permissão do website The Family in America, uma iniciativa do The Howard Center. O Howard Center é um parceiro da MercatorNet.

Leitura adicional: Mulheres de famílias divorciadas são 1.46 vezes mais propensas ao suicídio que mulheres de famílias intactas.

MARRIpedia, em The Effects of Divorce on Children’s Behaviour (Efeitos do divórcio no comportamento das crianças), relembra:

“O suicídio de crianças é frequentemente desencadeado pelo pensamento de que seus pais divorciados as rejeitam ou perderam o interesse por elas. O fato de que a taxa de suicídio tem aumentado conjuntamente à taxa de divórcios não é mera coincidência. Um estudo reportou que o risco de tentativas de suicídio foi maior em famílias divorciadas, embora tal associação tenha sido removida após um controle feito por experiências adversas. Como os estudos de Patricia McCall, professora de sociologia na Universidade de Carolina do Norte (North Carolina State University), mostram, a mais forte demografia indicadora de suicídios é a estrutura familiar na qual uma pessoa reside: a família divorciada tem a mais alta taxa de suicídio. Para adultos, ter filhos diminui o risco de suicídio dos pais.”

“Mulheres de famílias divorciadas são 1.46 vezes mais propensas ao suicídio que mulheres de famílias intactas. Um estudo mais antigo desta mesmo autora verificou que mulheres crescidas em famílias divorciadas são 1.33 vezes mais propensas ao suicídio; esta descoberta continua verdadeira mesmo após o ajuste de fatores diversos como idade, cor de pele e renda. Esta conexão entre o divórcio dos pais e o aumento do suicídio de adolescentes tem sido sempre encontrada na literatura. Estudos multiculturais do Japão e dos Estados Unidos têm claramente demonstrado a conexão entre o divórcio e o pensamento suicida.”

MARRIpedia é uma enciclopédia de ciência social online de matérias relacionadas à família, ao matrimônio, à religião e à sexualidade. Leia a publicação original.

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Este artigo foi publicado originalmente em inglês por Nicole M. King em Mercatornet.com.
Traduzido e adaptado por Maurício Borges.

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