sexta-feira, 28 de março de 2014

Batata fácil de microondas

Essa receita é ótima para quem precisa de algo rápido, mas sem abrir mão do sabor!
Já fiz muuuitas vezes e faz sucesso aqui em casa :)

Vamos aos ingredientes, anota aí!

- Batatas(Se forem muito grandes, o tempo de cozimento será maior)
- Azeite
- Orégano
- Queijo parmesão
- Margarina

#Comofaz

1. Lave muito bem as batatas com a ajuda de uma escovinha
2. Corte as batatas ao meio na vertical
3. Acrescente um fio de azeite(nas fotos abaixo eu errei ''um pouco'' a mão haha)
4. Coloque agora um pouco de margarina(uma colher de café ou um pouco mais)
5. Tempere com orégano(Pode usar salsa também ou o que mais sua criatividade permitir)
6. Cubra com queijo parmesão
7. Leve ao microondas(No meu caso, o microondas tem a opção "Batatas", mas são 6 minutos. Se suas batatas forem grandes é possível que fiquem cruas ainda, mas deixe mais um tempo e vá acompanhando).

Agora, algumas fotinhos explicativas!














segunda-feira, 17 de março de 2014

Porque Frozen não é feminista

- Se você não viu o filme e pretende ver, talvez não deva ler esse post, porque contêm SPOILERS! -



Quando assisti Valente no ano passado com o Marcos no cinema, nos divertimos muito e foi excelente. Eu sempre gostei de desenhos Disney e vivo cantando as músicas das trilhas sonoras. Nos surpreendemos, porém, quando ficamos sabendo que Valente tinha sido eleito - pasmem - o filme gay (!) do ano. Não bastasse isso, agora sobrou pro longa Frozen a etiqueta de feminista.

Resumindo a paçoca - Se você já assistiu o filme, pode pular essa parte.


 Frozen é inspirado no conto de fadas A Rainha da Neve, de Andersen, e trata da história de duas princesas irmãs - Elsa e Anna - que se veem separadas na infância devido aos poderes mágicos congelantes da mais velha, Elsa. Anna acaba sendo atingida de modo acidental brincando na neve com a irmã e os pais decidem deixar Elsa isolada em seu quarto de modo a não oferecer maiores riscos para ninguém. A memória de Anna é apagada, então a menina não sabe exatamente porque a irmã simplesmente decidiu afastar-se dela. As duas vão crescendo, os pais morrem em um naufrágio e Anna, com o passar dos anos, torna-se a típica romântica sonhadora Disney, como Gisele de Encantada e tantas outras, aspirando encontrar o amor verdadeiro. Elsa, porém, continua vivendo isolada, procurando conter seus poderes para não machucar mais pessoa alguma.


Ocorre que Elsa atinge a idade necessária e é coroada rainha. No baile comemorativo da coroação Anna aparece com um príncipe que conheceu pouco antes e pede a benção da irmã para seu futuro casamento.
Elsa, todavia, diz que não daria sua benção para um casamento com um homem que Anna acabara de conhecer. A princesa insiste com a irmã e a rainha perde o controle, fazendo uma grande demonstração assustadora de seus poderes, para o pavor dos súditos ali presentes. Elsa foge e decide morar sozinha em seu próprio castelo de gelo, onde pode ser livre do jeito que é.


O filme segue com um grande e interminável inverno que se abate sobre o reino, enquanto Anna decide ir procurar a irmã e trazê-la de volta. É aí então que a princesinha conhece Kristoff - um rapaz que trabalha com colheita de gelo e seu inseparável amigo, a rena Sven - que é convocado para ajudá-la nessa empreitada, por ter um trenó. Nessa aventura o grupo conhece também Olaf, o boneco de neve falante mais simpático do mundo.


Anna encontra Elsa e a rainha expulsa a irmã. Acidentalmente, mais uma vez Anna é atingida pelos poderes de Elsa e começa lentamente a congelar por dentro. Apenas um ato de amor verdadeiro poderia salvá-la da morte. Anna é conduzida por Kristoff ao príncipe quase morrendo e o dito cujo, além de não beijá-la(ato de amor verdadeiro), apaga a lareira e deixa a pobre morrer para se tornar o novo rei da cocada preta.
Essa é, na minha opinião, uma das cenas mais lindas, em que Olaf consegue entrar onde a princesa se contra e acende de novo a lareira, mesmo com o risco de derreter, porque ''existem pessoas pelas quais vale a pena derreter''! Kristoff, que se apaixonou por Anna, resolve voltar atrás da jovem, porque vê que ela precisa de sua ajuda. Anna vai também ao seu encontro quase congelando, para ser salva pelo beijo de amor de Kristoff, quando vê que o príncipe está a ponto de matar sua irmã e, entregando sua vida por Elsa, sai da rota de Kristoff e se coloca entre a irmã e o príncipe, onde congela a tempo de deter a infame e cruel espada.
Elsa chora e abraça o estátua de gelo em que transformara sua irmã quando, pouco a pouco, Anna volta a vida, devido àquele ato de amor que ali se operava. Elsa descobre então que a força para trazer de volta o verão para o reino era o amor e todos vivem felizes para sempre.


Bem, agora vamos lá. 

De fato, Frozen quebra alguns paradigmas se comparado com os contos de fadas mais tradicionais. Quando Elsa nega a benção ao casamento da irmã alegando que ela acabara de conhecer o príncipe, já é possível identificar uma grande mudança.
O que pensar, então, de Branca de Neve, Bela Adormecida, e tantas outras que mal conheceram seus príncipes e já subiram ao altar? Brincadeiras a parte, considero a resposta de Elsa bastante interessante e, de modo geral, válida para quebras as expectativas.
É claro que existe toda uma teoria monarquista que contradiz totalmente a fala da rainha, visto que uma princesa deveria casar-se com ''o melhor partido'' com vistas ao bem do reino e não a suas próprias aspirações pessoais, mas essas prerrogativas monárquicas já não eram usuais nas produções Disney anteriores,  em que o comum é ver príncipes se casando com plebeias.
A polêmica maior porém, começa com o fato de que Elsa decide fugir e viver sozinha. Para as pessoas que procuram usar todo tipo de coisa a favor de sua causa revolucionária, é épico-inimaginável-lindo-glamouroso ver uma princesa, ou melhor rainha, disney ''sendo independente e indo morar sozinha, sem esperar que um príncipe vá salvá-la, porque é forte o suficiente e não precisa de homem''. Para as pessoas normais, porém, isso tudo só significa aquilo o que realmente o filme quis dizer, ou seja, que Elsa decidiu ir viver afastada para não ferir ninguém com seus dotes gelados. E ponto.
Eu cheguei a assistir um vídeo no qual uma mulher vestida de Elsa ficava dando lições de moral em outras mulheres vestidas de Bela, Branca de Neve, etc., propagandeando sua independência em detrimento da vida chatinha das outras que tinham de ficar em casa por causa de homem e jogaram seus desejos de aventura fora.
É realmente absurdo como alguns ideólogos procuram colocar palavras que o filme não disse em sua boca. Desde quando querer ser dona de casa é algo ruim? As mulheres não deveriam ter a liberdade para fazer o que bem quisessem com sua vida profissional? Ou será que elas só podem ser livres para não trabalharem em seu próprio lar?
De fato, eu acredito que Frozen traz uma mensagem diferente de outros filmes de princesa, mas enxergo isso de outra maneira.A verdade é que muitos filmes desse tipo apregoam uma certa dependência feminina, como se elas só pudessem ser felizes de verdade estando casadas, o que não é verdade e a rainha Elsa ilustra muito bem. O ser humano é completo em si mesmo e, quando se une a outro, exercem os dois uma mútua complementariedade. Essa história de metade da laranja e alma gêmea só funciona enquanto letra de música do Fábio Jr. e, diga-se de passagem, nem tão bem assim.
Outra lição a ser tirada do filme Frozen é a de que o amor Eros, simbolizado por Kristoff e Anna, deve estar submetido ao amor Ágape, o amor de Caridade, representado pelas duas irmãs. Isso pode ser visto quando Anna renuncia a própria vida, que lhe seria preservada com um beijo de Kristoff, e vai em direção a irmã para salvá-la. O amor romântico de Kristoff por Anna também estava impregnado do amor Ágape, já que cenas antes ele também levara a amada para unir-se a outro homem porque isso salvaria sua vida.


terça-feira, 11 de março de 2014

Caminhando e cantando

Para uma vida mais saudável, não apenas no aspecto físico, mas até mesmo mental os esportes são mais do que recomendados. Já diziam os romanos, "mens sana in corpore sano". Exercitar-se libera serotonina, o chamado hormônio da alegria, o que faz com que praticar esportes seja uma arma eficaz contra a ansiedade. Há estudos que dizem, inclusive, que a atividade física pode ser tão eficaz quanto antidepressivos no tratamento contra o mal do século.
A atividade pode ser ainda melhor se praticada em família, estimulando o espírito de cooperação, amizade e companheirismo, além de promover a superação individual diante dos desafios que aparecem.
Muitas pessoas reclamam que academias são caras e talvez não consigam adaptar a sua rotina diária aulas de natação ou luta por exemplo, mas é sempre possível fazer uma trilha, caminhar, enfim... Se o local escolhido é ainda favorecido pelas belezas naturais, temos ainda um motivo a mais para querer chegar ao final!
Para incentivá-los, gostaria de compartilhar nossas fotos em uma trilha que fizemos no Morro da Urca, aqui no Rio de Janeiro, que dá na primeira parada do bondinho do Pão de Açúcar. Leiam também essa ótima postagem do blog Domestica Ecclesia: Exercícios físicos e paternidade/maternidade









 Gordice do Marcos

Eu fazendo a saudável


domingo, 9 de março de 2014

A Fronteira, Coelho Neto

Começaremos a postar aqui no blog alguns textos interessantes de literatura. O de hoje é um conto do livro Contos Pátrios - Educação Moral e Cívica(Para as Crianças) de Olavo Bilac e Coelho Neto. Em tempos de politicamente correto, muitas de nossas escolas recusariam trabalhar com esse material, embora tenha sido autorizado pelo Ministério da Educação...

A Fronteira
Noite alta e morna: o rio rolava vagarosamente as suas grandes águas, e a veneranda seiva, de troncos virgens, enchia a solidão com o seu murmúrio solene, quando chegou ao povoado um cavaleiro. O animal, que ele cavalgava, humilde e arquejante, denunciava um longo e desabrido galope: e a pressa com que saltou da cela á porta da primeira cabana, fechada e silenciosa, fazia suspeitar que algum acontecimento grave o levava a empreender tão arriscada viagem, através da floresta percorrida pelos animais bravios.
Bateu com força e, como não lhe respondessem, bateu de novo: falaram. — Abre!— bradou imperativamente. Logo rangeu o ferrolho, e num raio de luz apareceu no limiar da porta a valida figura de um sertanejo trazendo apenas sobre o corpo uma camisola ampla que lhe chegava aos pés.
— As nossas terras vão ser tomadas: — disse o recém-chegado, antes mesmo de saudar o sertanejo. — Vim por essas matas a todo galope para ver se ainda chegava a tempo de prevenir-vos.
— Vão ser tomadas! — exclamou o outro, pasmado.
— Sim. Estrangeiros efetuaram um desembarque e vêm pela floresta, armados.
— E então? Que havemos de fazer?
— Armemo-nos.
— Quantos são eles?
— Não sei: o número pouco importa, o necessário é que nos defendamos.
— E se eles forem muito superiores em numero?
— Não importa. Se eu aqui vivesse isolado, da porta da minha cabana faria fogo sobre os invasores até cair atravessado por uma bala. Somos ao todo vinte e três homens, eles são talvez duzentos... mas vamos! Arma-te e vem: acorda tua mulher e teu filho, eu vou prevenir os mais.
O sertanejo esteve algum tempo hesitante. O murmúrio da floresta crescia com o vento, dando, por vezes, a ilusão de tambores rufados, ao longe.
— Eles aí vêm...
— Eles aí vêm: não há tempo a perder! Se morrermos, todos os nossos corpos ficarão marcando a fronteira da Pátria. Pelas nossas ossadas e pelas cinzas das nossas cabanas, os que vierem mais tarde conhecerão o limite do Brasil. Vamos! Falta-nos uma bandeira; temos, porém, o céu, o grande céu; e o choro assustado de nossos filhos excita-nos mais do que os clarins de guerra. Vamos!
— Vamos! — bradou o sertanejo, correndo a buscar a sua arma de caça.
Quando luziu a madrugada formosa, todos os homens do povoado estavam de pé, de arma em punho, entrincheirados, esperando o invasor.
As mulheres intrépidas, que não haviam querido deixar os maridos, apertavam ao colo os filhos que dormiam, e todos os olhos estavam cravados no caminho onde deviam aparecer os estrangeiros.
Era quase meio dia, o sol abrasava, quando os primeiros soldados surgiram tranqüilamente, pisando com orgulho a terra que julgavam abandonada: á frente caminhava o oficial garboso, fazendo brilhar ao sol a espada nua. Mas um grito atroou: — “Viva o Brasil!” — e logo uma descarga retumbou no silencio. Os invasores, surpreendidos, recuaram: eram em numero muito superior ao dos que defendiam a terra natal, posto que cinco d’eles já escabujassem no solo alcançados pelas balas certeiras dos sertanejos.
 Ressoaram clarins, e, em fila cerrada, os invasores avançavam: nova descarga, porém, fez que retrocedessem, deixando no campo novos mortos.
 E não viam o inimigo; davam tiros ao acaso, aterrados, como se se batessem com o sobrenatural, até que uma nova descarga os colheu, sendo atingido o oficial, que rolou por terra moribundo. Desanimados, os invasores recuavam, sempre atirando ao acaso, sempre perseguidos pelas balas dos que defendiam a terra da pátria, até que alcançaram os barcos e precipitadamente passaram á outra margem. De longe, então, atravessando as águas, viram aparecer os heróis que se haviam batido entrincheirados nas próprias cabanas, tendo ao lado as mulheres, os filhos, os velhos pais que os animavam. E a selva grande e veneranda parecia aplaudir os seus filhos valentes com a sua grande voz murmurosa e constante. E até alta noite, enquanto abriam covas para enterrar os inimigos mortos, bradavam delirantemente, vitoriosamente: — Viva o Brasil! — contentes por haverem defendido a fronteira, da qual eram os guardas fieis, contras as mãos rapazes do estrangeiro.